terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ENTREVISTA DE JOÃO AMARANTE

Chegamos agora a Santa Clara de Louredo, onde encontramos o Louredense FC, fundado em 1999 e com inúmeras conquistas em diversas competições, é quanto a mim o CCD com mais prestígio da Agencia Inatel de Beja, sendo este clube que mais longe já levou o nome de Beja em termos de Inatel. Quanto a entrevista, fui a conversa com o jogador João Amarante, que apesar de não ser natural de Santa Clara de Louredo, já se encontra no clube há várias temporadas, onde já trabalhou com enumeres treinadores, como Francisco Pardal, Eduardo Amândio, Miguel Ângelo e agora António Rolim.

Ante de mais agradeço ao Louredense o facto de ter sido breve na resposta, sobre uma possível entrevista a um membro do clube, onde João Amarante foi o escolhido por mim para esta iniciativa, desde já o meu obrigado ao jogador pela disponibilidade, e a primeira questão é igual a que tenho colocado aos outros entrevistados.

Fale-nos um pouco de si enquanto jogador e fale-nos um pouco sobre o seu percurso futebolístico?

- Em primeiro lugar quero agradecer o convite que me foi feito e dizer que é com muito gosto que participo nesta entrevista.

O meu percurso futebolístico, começou quando tinha 14 anos e depois de ter participado num convívio patrocinado pela Escola de futebol do Humberto Coelho em Beja, o Mister Pardal me viu a dar uns pontapés na bola e achou que eu tinha jeito e me convidou a integrar a equipa do Despertar. Por lá fiquei até ao 1º ano de Júnior onde fiz parte de uma equipa no Nacional que tinha grandes jovens valores que ainda hoje jogam por esse distrito fora como por exemplo o João Paulo Agatão, devido ao facto de ser jovem e ter poucas oportunidades de jogar com frequência decidi aventurar-me no campeonato da Inatel na equipa da Zona Azul onde fui campeão distrital pela 1ª vez de seniores com apenas 17 anos. No ano seguinte integrei a equipa de juniores do nacional do Desportivo de Beja onde tive oportunidade de conhecer e treinar com o plantel sénior que militava na 2ª Divisão e tinha grandes jogadores tais como Nelson Raposo, Pisco ou João Peixe, mas devido a diferendos entre os 2 clubes quanto aos meus direitos de formação, fiquei sem ser inscrito durante muito tempo o que me levou a interromper o futebol por uma época, facto que coincidiu com a minha entrada na universidade e passagem do futebol para 2º plano nas minhas ambições.

No ano seguinte continuei o meu percurso e voltei novamente à Zona Azul onde joguei a final da taça distrital, estando a equipa na 2ª divisão distrital apesar da sua muita qualidade. Prossegui na época seguinte no Vasco da Gama da Vidigueira e depois no Baleizão ambos na 1ª distrital. Já com 23 anos e pouco tempo disponível para treinar, joguei 2 épocas no Beringelense e mais uma no Bairro da Conceição na 2ª distrital. Pensando então em abandonar o futebol surgiu um convite de 2 amigos e colegas de curso (Bruno Gabriel e Armindo Costa) para representar a AFTrigaches sem treinar e só a jogar ao fim de semana (foi o meu regresso ao Inatel), joguei durante 2 temporadas e fui campeão de série numa delas tendo o prazer de partilhar uma tripla de ataque de muito sucesso com o Carlão e o João Cardoso.

Depois de concluído o meu percurso escolar tentei regressar ao distrital pela mão do meu amigo e grande treinador Cajó (Carlos Guerreiro actualmente no Castrense) mas uma lesão impediu-me durante 4 meses e quando pensava em abandonar de vez surge o convite do “velhinho” Pardal para integrar a equipa do Louredense, aceitei com algumas reservas mas foi a decisão mais acertada, onde pude passar alguns dos melhores momentos no meu percurso futebolístico e onde fui campeão de serie 3 vezes e distrital mais 2 vezes tendo o prazer de jogar com grandes jogadores já retirados com o Carlos Banha, o Cristiano Jardinha entre outros para não correr o risco de esquecer algum.

Paralelamente também tive 2 experiências, uma como jogador de futsal no Ferreirense e outra como treinador adjunto das Escolas do NSB, das quais guardo boas recordações e onde fui campeão de série com o meu amigo e treinador principal Paulo Amaro.

Chegou ao Louredense já há algumas temporadas, onde foi treinado ao inicio por Francisco Pardal, onde começou logo ai a ganhar títulos. Diga-nos quanto a si o que mudou desde que se estreou com a camisola do clube até aos dias de hoje?

- Quando cheguei ao clube, existia uma estrutura muito forte, tanto a nível directivo, como massa associativa e mesmo de jogadores. Era um grupo fortíssimo que dava gosto trabalhar e foi esse factor que me fez integrar rapidamente como se fossem da minha família. Os títulos surgiam naturalmente porque a equipa como um todo era uma máquina de vitória, apesar de com o mister Pardal não termos sido campeões na temporada em que cheguei ao clube (perdemos nas meias finais em penaltis) agradeço-lhe toda a confiança que depositou em mim. Esse percurso continuou de forma brilhante com o mister Eduardo Amândio, que para além de treinador era um verdadeiro amigo dos jogadores, muito sério e competente no trabalho, era o primeiro a dar o exemplo, fui bi-campeão distrital pelo LFC com ele e passei talvez os meus melhores momentos no futebol.

Na época seguinte com o mister Miguel Ângelo a filosofia mudou um pouco, algumas saídas da direcção, o “envelhecer” natural de alguns jogadores míticos e o renovar do plantel não correram da melhor forma na minha opinião, havendo uma atmosfera mais “à distrital” do que o espírito de grupo forte que existia anteriormente e os títulos não apareceram. Este ano o clube tenta recuperar a sua forma original com o mister Rolim, mas as coisas levam o seu tempo, renovação do plantel, e grande esforço das pessoas da direcção que são cada vez menos mas trabalham para que tudo corra da melhor forma.

O Louredense tem ficado conhecido pela sua excelente organização, no que toca a direcção e a estrutura de plantel. Sente que este ano o clube poderá vencer novamente o Titulo Distrital?

- Sinto que se o título surgir este ano será uma pequena surpresa, não por não acreditar no trabalho deste grupo ao qual tenho orgulho de pertencer, mas pela competência demonstrada por outras equipas que a cada ano que passa também estão mais organizadas e que aumentam cada vez mais o nível do campeonato da Inatel.

Nós fazemos o nosso trabalho de forma séria e esperamos que no final seja suficiente para ter muitas alegrias e se possível o título, para já a nossa ambição é conseguir o acesso a 2ª fase, uma vez que pelo sorteio, ficámos inseridos numa série complicada onde os nossos adversários também têm uma palavra a dizer.

Sendo o Louredense, um clube que sempre disputou os Campeonatos da Inatel desde a sua fundação, sente que num futuro próximo podemos ver finalmente o clube nos Campeonatos da AF Beja? Quanto a si diga-nos quais os clubes com capacidades de enfrentar todos os esforços para a participação de um campeonato da AF Beja?

- Em termos de qualidade de plantel penso que existem muitas equipas que podem ambicionar a esse sonho, já em termos financeiros penso que será muito difícil criar uma estrutura equilibrada que permita dar o salto pelo menos da realidade que conheço no clube que represento.

Agora falando de si, uma vez que já não esta praticamente no inicio de carreira, quais são os seus objectivo ainda enquanto jogador?

- Enquanto jogador com 31 anos, os meus objectivos passam por continuar a jogar enquanto me sentir útil às equipas que pertenço, enquanto me der prazer pertencer ao jogo em si e acima de tudo duas coisas, continuar a ter um percurso digno cheio de amigos e coisas boas sempre com fairplay (nunca fui expulso em toda a minha “carreira”) e tentar passar para os mais novos a minha experiência e sabedoria para que sejam melhores jogadores e melhores homens.

Fale-nos agora sobre a diferença mais visível entre este grupo de trabalho e o da época passada.

- Os grupos são sempre diferentes por duas razões, entram e saem algumas caras que pelas suas diferentes personalidades alteram um pouco o espírito do balneario e o treinador também mudou, que apesar de serem ambos homens do futebol com um percurso reconhecido enquanto jogadores, têm diferentes filosofias e métodos de trabalho que fazem com que as coisas sejam diferentes também. Para já a principal diferença que tenho notado é uma postura mais próxima dos jogadores por parte do treinador deste ano, que se preocupa com o jogador mas também com o homem. Em contrapartida a assiduidade aos treinos tem diminuído, pelos mais diversos factores (emprego, vida pessoal, …) o que torna o trabalho do Treinador mais difícil em relação à época anterior onde o leque de opções era muito mais alargado.

Para terminar, gostaria que deixasse uma mensagem a Agencia Inatel de Beja, aos sócios e simpatizantes do clube e por fim ao Administrador do Blogue.

- Para a Agência Inatel uma chamada de atenção, como órgão regulador do campeonato, penso que deveriam “parecer” mais profissionais naquilo que fazem (porque acredito que o sejam), o campeonato cresceu, o número de equipas é muito alargado, envolve muitas pessoas que com as suas capacidades e limitações vivem para os clubes, e por vezes se sentem um pouco abandonados pela Organização que os gere. Para os leitores do Blog apenas aquilo que já aqui foi dito por muitas pessoas, utilizem o espaço para informar e partilhar ideias e nunca fomentar a discussão, a calúnia e a discórdia.

Para o Pedro um forte incentivo para continuar o bom trabalho que está a desenvolver na tentativa de fazer chegar este campeonato de má fama a todas as pessoas nele interessadas, mas com um pouco mais de cuidado nas informações que passa (sempre tentar confirmar antes) e um maior controle nas respostas aos comentários menos próprios a ele dirigidos.

Por fim, uma mensagem curta, simples e verdadeira para os simpatizantes e sócios do LFC, apoiem todos os que vestem a camisola xadrez porque o fazem com gosto e com honra, sem olhar a preferências familiares ou amizades. Um abraço a todos e dizer que foi um prazer partilhar um pouco do meu percurso no futebol com vocês.

João Amarante


Fonte: inatelbeja.blogspot.com

4 comentários:

Anónimo disse...

Grande jogador e grande pessoa. Dentro de campo és um jogador correcto, que trata bem a bola. Tens boa leitura de jogo e um bom remate. Fora de campo és uma pessoa de fácil amizade, e um bom amigo, com quem se pode conversar da vida e dos jogos de consola também! :)
Já cá estás há um bom punhado de anos e é com muito orgulho que te tenho como colega, pois recebeste o clube e tudo aquilo que ele representa para nós de uma forma muito intensa. Sem dúvida alguma que és um de nós a 100%.
Gostava de te ver jogar a guarda redes e a central, já que nas outras posições até lhe dás de calcanhar... Mas para mim a melhor é a "extremo à moda antiga" como o Kanchelskys. Posso dizer-te também que adoro engraxar-te a bota quando marcas aqueles golões mas o que eu acho melhor ainda são os nossos momentos de inspiração musical que surgem quase sempre no autocarro.
Espero que ainda fiques por cá aí mais umas 10 épocas e que continues igual a ti próprio (teórico):)
Bom, já chega de caceteirice. 3ª feira lá estaremos no treino, onde eu quase de certeza que vou discutir contigo. :)
Abraços grande do teu amigo e colega:
Carlos Maximino

Anónimo disse...

E a seguir vem a entrevista do AS, Record, Abola, OJogo, Marca,...etc.
As vedetas são assim!
Vá que mais um bocado tas quase lá, nos 100...

Um grande abraço

Bisa

Anónimo disse...

melhor pessoa do k jogador.

com o curriculum todo k tem era melhor tar a jogar num clube da primeira divisão nacional.ta bem no loredense pke onde e k ele ia jogar?onde arranjava amigos como nós?

Anónimo disse...

Amigos e bons há em todo o lado...
O facto de me considerar melhor pessoa que jogador encaro como um elogio, afinal de contas o que é realmente mais importante? Quanto às divisões nacionais bem gostava de por lá ter passado meu caro amigo, mas o que não falta por aí é clubes onde qualquer pessoa possa dar uns pontapés na bola. Cumprimentos e se achar oportuno identifique-se para que eu lhe possa agradecer as palavras que me dirigiu...

Ass: João Amarante