quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

ENTREVISTA DO MISTER AO D. ALENTEJO

Uma grande família

O Louredense Futebol Clube, mítica representação da freguesia de Santa Clara do Louredo está a cumprir a tradição no Distrital do Inatel.
A liderança de uma das séries do distrital do Inatel é lugar comum para a equipa. Eduardo Amândio, histórico capitão, assumiu a orientação técnica, sendo um dos intérpretes da reestruturação. O Louredense quer honrar a tradição, atingindo a segunda fase e ganhando mais um campeonato.

A época está a correr bem?

Os objectivos prioritários foram a reorganização, ao nível directivo, com técnicos novos. Os jogadores mantiveram-se quase os mesmos, melhorámos na organização, no trabalho e na disciplina.

Quais os objectivos desportivos?

O objectivo, que está prestes a ser conseguido, é estar entre as duas melhores equipas. Faltam seis jogos e já estamos a seis pontos do 3º, vantagem confortável.

Tem sido difícil, ou nem por isso?

No princípio disse aos jogadores que estávamos na série mais complicada. Estamos a trabalhar desde Setembro, temos 45 treinos. Há boas equipas, que também já se treinam, mas a nossa dedicação tem tornado as coisas mais fáceis do que pareciam.

O segundo objectivo é o título?

Ninguém me pediu para ganhar. Com excepção da época passada, fomos finalistas nos seis anos anteriores por isso somos favoritos. Sou da casa, joguei muitos anos no distrital e estou aqui há dez. Fui muitos anos capitão de equipa e transmiti ao grupo um espírito ganhador. Como treinador, estou a tentar fazer o mesmo.

O Louredense é um clube com responsabilidades a este nível?

É respeitado. Penso que devia existir mais atenção perante equipas que trabalham como nós. Ainda existe a ideia do desporto para trabalhadores, uns tipos barrigudos que se juntam ao fim-de-semana e que bebem um copo depois dos jogos, mas as equipas estão a mudar essa mentalidade. Treinamos e dignificamos os clubes e, sobretudo, o Inatel.

A organização da prova melhorou?

Sim. Os árbitros comparecem, nem sempre isso acontecia, há maior atenção, mas falta apoio. É necessário que os dirigentes do Inatel e dos clubes se juntem e dêem mais seriedade à competição, que já envolve muito dinheiro. Temos 30 pessoas, atletas e dirigentes, três ou quatro senhoras, o dinheiro custa a arranjar.

O clube tem uma direcção coesa?

Estou satisfeito. Conheço o que por aí se passa e a direcção dá-nos condições que algumas equipas federadas não têm. E é uma freguesia pequena, temos poucos meios, poucos apoios.

As competições da A.F.Beja serão o próximo passo?

Próximo, não. Já nos passou pela cabeça, mas não temos meios, os apoios estão difíceis. Já fizemos um orçamento e não é possível.

E se o Inatel acabar?

Nessa altura temos duas hipóteses: ou vamos para a A.F.Beja, com todos os riscos que daí podem advir, ou os dirigentes dos clubes unem-se e, com os municípios, organizam uma prova. Há mais de 30 equipas, com muitos jovens envolvidos. Mesmo com o figurino actual, defendo um intercâmbio entre os municípios, o Inatel e os clubes, para melhorar a prova. Já se faz em Beja um torneio entre as freguesias, mas é pouco.

Os adeptos são aguerridos...

São fantásticos! Apoiam-nos duma forma invulgar. Em casa e fora. Temos jogos longe e, por vezes, estão lá mais adeptos nossos do que da própria terra. Os pais vão ver os filhos, as mulheres acompanham os maridos, vão as namoradas, toda a gente. O Louredense é uma grande família. Tenho dito sempre que, antes de sermos uma boa equipa, temos que ser uma grande família.

Firmino Paixão

2 comentários:

Professor João Amarante disse...

Familia?? hummm.... bem me parecia que havia uns quantos zagatões por aqui...

Anónimo disse...

É isso mesmo mister. É por isso que nós somos os maiores do mundo, porque somos uma familia.
Ass: CALDAÇA